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Direitos trabalhistas do empregado expatriado: o que você precisa saber

9 de junho de 2024

Entender os direitos e responsabilidades associados à expatriação é crucial, seja você um profissional buscando oportunidades no exterior ou uma empresa considerando alocar recursos globalmente. Aqui estão algumas das perguntas mais comuns sobre trabalhadores expatriados e as informações que você precisa saber para uma experiência de expatriação bem-sucedida.

O que significa ser um empregado expatriado? Um empregado expatriado é aquele que, designado por sua empresa, reside temporária ou permanentemente em um país diferente daquele onde foi originalmente contratado. Isso geralmente acontece quando empresas desejam expandir operações, iniciar novos projetos no exterior, ou transferir conhecimentos entre filiais.

Quanto ganha um expatriado? A remuneração de um expatriado varia significativamente dependendo do país de destino, da indústria, da função desempenhada e do acordo entre o empregado e o empregador. Geralmente, expatriados recebem pacotes de compensação que podem incluir salário base, bônus de realocação, adicional de custo de vida e outros benefícios para compensar as despesas e dificuldades da mudança para um novo país. Esses pacotes são projetados não apenas para atrair os melhores talentos, mas também para garantir que o trabalhador mantenha um padrão de vida comparável ou superior ao que teria em seu país de origem, diante da variação do câmbio.

O que é expatriação forçada? Expatriação forçada acontece quando um empregado é obrigado a se mudar para outro país para trabalho sem a opção de recusar, geralmente devido à natureza do seu contrato de trabalho ou necessidades específicas da empresa. Isso pode ocorrer em situações onde o empregado ocupa um cargo de confiança ou em casos de extinção do estabelecimento em que trabalha. Embora o termo “forçada” possa parecer severo, as empresas geralmente oferecem suporte substancial para facilitar essa transição.

Quais leis protegem os empregados expatriados brasileiros? Os empregados brasileiros expatriados são protegidos pela Lei 7.064/82. Essa lei assegura que, mesmo trabalhando no exterior, os direitos previstos pela legislação trabalhista brasileira são mantidos, a menos que a legislação do país estrangeiro seja mais favorável.

Quais são os principais direitos garantidos aos empregados expatriados pela legislação brasileira? Os empregados expatriados têm garantidos diversos direitos, como:

  • Salário conforme as regras brasileiras, com possíveis reajustes e adicionais.
  • Adicional de transferência, geralmente 25% sobre o salário, a menos que outro valor seja acordado.
  • Benefícios como FGTS, 13º salário, férias mais 1/3 constitucional.
  • Seguro de vida e acidentes pessoais.
  • Direito a férias no Brasil a cada dois anos com todas as despesas pagas pela empresa.

Como funcionam os recolhimentos previdenciários e do FGTS para expatriados? As empresas devem continuar efetuando os recolhimentos de FGTS e contribuições previdenciárias (INSS) normalmente, assegurando a cobertura e os direitos previdenciários dos empregados expatriados.

Um empregado expatriado pode escolher continuar contribuindo para a Previdência do seu país de origem? Sim, é possível. Dependendo dos acordos de previdência que o Brasil tem com outros países, o empregado pode optar por continuar contribuindo para a Previdência Social brasileira, evitando contribuições duplicadas e mantendo seus benefícios e direitos.

A empresa pode contratar estrangeiro? Sim, empresas podem contratar estrangeiros, mas é essencial entender e cumprir as leis de imigração do país. Isso inclui a obtenção de vistos de trabalho apropriados e, dependendo do país, a necessidade de provar que não havia candidatos locais qualificados para a vaga. No Brasil, por exemplo, as empresas devem justificar a contratação de estrangeiros e garantir que eles estejam legalmente autorizados a trabalhar.

O que acontece quando um expatriado decide voltar ao Brasil? A legislação assegura o retorno do empregado expatriado ao Brasil após três anos de trabalho contínuo no exterior, ou antes, se houver necessidade familiar grave ou recomendação médica. Todas as despesas de viagem devem ser pagas pela empresa.

Como a legislação brasileira se aplica em casos de expatriação definitiva? Mesmo em expatriações definitivas, os direitos trabalhistas do empregado devem ser respeitados conforme a legislação brasileira, a menos que a expatriação resulte na rescisão do contrato original e a criação de um novo contrato sob leis locais mais favoráveis.

O que acontece se a legislação do país de destino for mais benéfica que a brasileira? Quando um trabalhador brasileiro é expatriado, a legislação brasileira se aplica sempre que for mais benéfica comparada à do país de destino. No entanto, se a legislação estrangeira oferecer melhores condições, estas prevalecerão. É essencial que o trabalhador esteja bem informado sobre as leis locais e suas implicações.

Como é calculado o adicional de transferência para expatriados? O adicional de transferência é normalmente de 25% sobre o salário do trabalhador, mas pode ser ajustado conforme o acordo entre o empregado e a empresa. Esse adicional é uma compensação pela mudança de país e pelas inconveniências que podem surgir devido à relocação.

Um expatriado pode recusar a transferência? A expatriação geralmente requer o consentimento do empregado, a menos que a transferência esteja especificada no contrato de trabalho como uma possibilidade ou seja essencial para a continuidade do serviço, como em casos de extinção do local de trabalho ou necessidade urgente da empresa.

O que ocorre com a carga tributária de um trabalhador expatriado? Trabalhadores expatriados continuam sujeitos à tributação no Brasil sobre seu salário, a menos que um tratado para evitar a dupla tributação esteja em vigor entre o Brasil e o país de destino. É importante verificar as especificidades dos tratados para entender como os rendimentos serão tributados e evitar o pagamento de impostos em duplicidade.

O expatriado tem direito a seguro saúde internacional? Embora a lei 7.064/82 garanta seguro de vida e acidentes pessoais, não menciona especificamente seguro saúde. No entanto, muitas empresas optam por fornecer seguro saúde internacional como parte do pacote de benefícios para assegurar o bem-estar do empregado e sua família no exterior.

Como são regulamentadas as férias para o trabalhador expatriado? Após dois anos de serviço contínuo no exterior, o trabalhador expatriado tem o direito de passar suas férias no Brasil, com todas as despesas de viagem pagas pela empresa. Esse direito inclui o transporte do cônjuge e dependentes, se residirem com o trabalhador.

Quais são os direitos trabalhistas após o retorno ao Brasil? Ao retornar ao Brasil, o trabalhador expatriado deve ser reintegrado à empresa com todos os direitos preservados, incluindo promoções e aumentos de salário que teria direito se tivesse permanecido no país. Além disso, a estabilidade no emprego e outros benefícios devem ser mantidos conforme o período que permaneceu fora.

Qual a diferença entre trabalhador expatriado e um trabalhador imigrante? Como exposto, um trabalhador expatriado é geralmente enviado ao exterior temporariamente por sua empresa para atender a necessidades estratégicas, como gerenciar uma filial ou desenvolver projetos. Eles mantêm vínculos empregatícios com a empresa no país de origem e podem estar parcialmente cobertos pela legislação trabalhista desse país, recebendo benefícios adicionais para compensar a realocação.

Por outro lado, um imigrante se muda para outro país com a intenção de residir permanentemente, buscando oportunidades de emprego, qualidade de vida ou reunificação familiar. Os imigrantes estão sujeitos à legislação do país de destino e não recebem benefícios especiais relacionados à sua mudança, tendo que se integrar completamente à nova sociedade e mercado de trabalho. Uma vez que a oferta de trabalho seja confirmada, deve-se iniciar o processo de obtenção de documentação necessária, como vistos de trabalho e permissões de residência.

Quais os principais problemas trabalhistas envolvendo trabalhadores expatriados? Trabalhadores expatriados frequentemente enfrentam uma variedade de desafios que podem levar a disputas jurídicas na Justiça trabalhista. Esses desafios surgem devido às complexidades das leis trabalhistas locais e internacionais, bem como às diferenças culturais e de expectativas entre empregados e empregadores. Eis alguns dos principais problemas que geram disputas judiciais envolvendo trabalhadores expatriados:

1. Aplicação da Legislação Trabalhista Apropriada:

Um dos desafios mais comuns é determinar qual legislação trabalhista se aplica ao trabalhador expatriado — se é a do país de origem ou a do país onde o trabalho é realizado. Isso pode afetar direitos relacionados a salários, férias, horas de trabalho, e rescisão de contrato. Disputas surgem quando o empregado ou o empregador interpretam de forma diferente qual conjunto de leis oferece a proteção mais favorável ao trabalhador.

2. Contratos de Trabalho:

Divergências sobre os termos do contrato de trabalho são comuns, especialmente quando há cláusulas que não estão claras sobre compensações (variação cambial, visando preservar o poder de compra), benefícios, duração do trabalho no exterior, e condições de repatriação. Isso pode incluir mal-entendidos sobre bônus de realocação, ajustes de custo de vida, e compensação por dificuldades.

3. Direitos e Benefícios:

Muitas vezes, as disputas ocorrem devido a diferenças nos direitos e benefícios garantidos pelas leis do país de destino em comparação com as do país de origem, como previdência social, seguro saúde, e seguros de vida e acidente. Problemas surgem particularmente quando há falta de clareza sobre quais benefícios são aplicáveis e como são administrados.

4. Fim do contrato de trabalho e Rescisão:

O término do contrato de trabalhadores expatriados pode ser altamente litigiosa, particularmente em relação à validade da rescisão, se os termos de rescisão foram devidamente seguidos, e se as devidas indenizações foram pagas. As complexidades aumentam quando diferentes jurisdições têm regras divergentes sobre demissão.

5. Questões de Repatriação:

Disputas sobre repatriação surgem quando não há um entendimento claro ou um acordo sobre quem é responsável pelos custos e logística de retorno do trabalhador e sua família ao país de origem, especialmente quando o término do emprego é inesperado ou ocorre antes do previsto.

6. Discriminação e Tratamento Justo:

Questões de discriminação podem surgir, especialmente quando expatriados sentem que estão sendo tratados de forma desigual em comparação com os trabalhadores locais ou outros expatriados, em termos de promoções, oportunidades de treinamento, ou reduções de pessoal.

Essas questões não só complicam a gestão de recursos humanos em um ambiente globalizado, como também ressaltam a necessidade de uma orientação jurídica experiente para navegar nos complexos regulamentos trabalhistas internacionais. Para empresas e trabalhadores enfrentando essas questões, é fundamental contar com o apoio de profissionais especializados que entendam profundamente as leis locais e internacionais aplicáveis, garantindo que todos os direitos sejam protegidos e que as políticas e práticas estejam em conformidade legal.

Precisa de mais informações ou assistência legal para questões de expatriação? Entender completamente os direitos e obrigações do empregado expatriado pode ser complexo. 

Se você está se preparando para uma expatriação ou tem dúvidas sobre seus direitos trabalhistas no exterior, o escritório Fortunato Goulart Advocacia Trabalhista está à disposição para consultoria ou atuação contenciosa.

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PERGUNTAS
FREQUENTES

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Se você foi mandado embora sem justa causa, tem direito a receber: salário dos dias trabalhados, aviso prévio (se não foi cumprido), férias proporcionais + 1/3, 13º salário proporcional, multa de 40% sobre o FGTS, além de poder sacar o FGTS e, se tiver direito, pedir o seguro-desemprego. Dependendo do seu caso, pode haver outros direitos.
O salário e o FGTS devem ser pagos na data certa. Se houver atrasos constantes, isso pode ser motivo para encerrar o contrato de trabalho por culpa do patrão (rescisão indireta). Além disso, o trabalhador pode receber juros e correções pelos dias de atraso e até uma indenização por danos morais, se for o caso.
Sim. Mesmo sem registro na carteira, você pode ter direito a todos os benefícios de um trabalhador com carteira assinada, como FGTS, férias, 13º salário, INSS e outros. Se o patrão não reconhece isso, é possível entrar na Justiça e apresentar provas para garantir seus direitos.
Se você sofreu um acidente de trabalho, pode ter direito a afastamento com pagamento do INSS, estabilidade no emprego depois que voltar ao trabalho e até indenização, dependendo do caso. Se o acidente deixou sequelas, pode haver direito à aposentadoria por invalidez, pensão vitalícia (paga pela empresa) ou outros benefícios.
As horas extras só podem ser exigidas dentro da lei. Se você trabalha além do horário normal, tem direito a receber um valor maior por cada hora extra (pelo menos 50% a mais do que a hora normal). Algumas categorias podem ter regras diferentes em acordo ou convenção coletiva.
Não. O patrão não pode mudar seu contrato de trabalho para piorar suas condições sem seu consentimento. Se isso acontecer e te prejudicar, você pode ter o direito de pedir a rescisão indireta do contrato e receber todas as verbas como se tivesse sido demitido sem justa causa.
A lei garante estabilidade para mulheres grávidas desde o início da gestação até cinco meses depois do parto. Se for demitida nesse período, pode pedir para ser reintegrada ao trabalho ou receber uma indenização.
Se o patrão manda um funcionário abrir uma empresa (CNPJ ou MEI) só para continuar trabalhando do mesmo jeito que antes, isso pode ser uma fraude chamada “pejotização”. Se houver subordinação, horário fixo e obrigações como as de um empregado, pode ser possível pedir na Justiça o reconhecimento do vínculo empregatício e receber todos os direitos previsto em lei.
Sempre que tiver dúvidas ou problemas no seu trabalho, como salário atrasado, demissão injusta, assédio, não pagamento de direitos, trabalho sem carteira assinada, entre outros. Um advogado pode orientar sobre o que fazer e se vale a pena entrar na Justiça.
Na consulta, o advogado analisa o seu caso, verifica documentos, esclarece dúvidas e explica quais são os possíveis caminhos para resolver o problema. Dependendo da situação, pode ser feito um acordo com a empresa ou, se necessário, uma ação na Justiça.
O valor depende do caso e do advogado. Cada profissional tem liberdade para estabelecer o preço dos seus serviços. Profissionais experientes podem cobrar um valor fixo pela consulta ou pelo processo, enquanto outros podem trabalhar com um percentual do valor que o cliente receber no final da ação (honorários em caso de vitória). Tudo deve ser combinado antes, de forma transparente.
O tempo pode variar bastante. Se houver um acordo, pode ser resolvido rapidamente. Mas, se precisar de uma decisão da Justiça, pode levar meses ou até anos, dependendo do caso e dos recursos.
Depende. Depois da Reforma Trabalhista, quem perde a ação pode ser condenado a pagar honorários ao advogado da outra parte, mas há exceções. Também pode haver custos do processo, dependendo do contrato feito com seu advogado. Por isso, é importante entender tudo antes de entrar com a ação.
Os documentos mais importantes são: carteira de trabalho física ou digital, holerites (contracheques), contrato de trabalho, comprovantes de pagamento, extrato do FGTS, carta de demissão e qualquer outro que mostre como era a relação de trabalho. Se não tiver todos, o advogado pode te orientar sobre como reunir provas.

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