
Perder alguém que trabalhava todos os dias para sustentar a família é uma dor que não tem medida.
E quando essa perda acontece durante uma entrega, no meio da rotina de trabalho, a dor se mistura com revolta, medo e incerteza.
💬 “Como vamos sobreviver?”
💬 “Quem vai ajudar com as contas, com as crianças?”
💬 “Isso não pode ter acontecido assim… sem amparo nenhum.”
Essas perguntas são reais e urgentes.
E, em um momento tão difícil, a família precisa de acolhimento, orientação e informação segura — sem promessas, sem ilusões, sem exploração da dor.
O motoboy sai de casa para trabalhar.
Ele promete voltar para o jantar.
Ele pensa no aluguel, na escola das crianças, no leite, no gás, no futuro da família.
Mas, em um segundo, tudo muda.
A moto cai. Um carro não respeita a preferência. Um buraco causa a derrapagem.
Uma imprudência destrói uma vida.
E a família, que não estava na cena do acidente, passa a viver outra tragédia: a da ausência, da renda cortada, do medo do amanhã.
“Nenhuma família deve enfrentar sozinha o peso emocional e financeiro da morte de um trabalhador em atividade de risco.”
Rodrigo Fortunato Goulart, advogado trabalhista e doutor em direito - PUCPR.
A lei é clara:
falecimento durante o trajeto ou execução de entregas é acidente de trabalho.
E isso gera direitos importantes à família.
Mesmo quando havia contrato informal, vínculo negado ou trabalho via aplicativo.
A Justiça reconhece que a atividade de entrega em motocicleta é de risco extremo, e por isso a empresa pode ser responsabilizada independentemente de culpa.
Além disso, a responsabilidade também existe quando:
havia controle de horários ou metas;
o motoboy trabalhava exclusivamente para a plataforma;
havia subordinação digital (o aplicativo controla rotas e ritmo);
a remuneração vinha majoritariamente daquele trabalho.
Logo, a família não está desamparada.
A lista é ampla e abrange proteção financeira, emocional e moral.
A família pode receber valor mensal, especialmente quando o falecimento provocou perda da principal renda da casa.
A Justiça reconhece o impacto devastador da perda, não apenas no aspecto emocional, mas também na dignidade familiar.
Inclui despesas com velório, sepultamento, moto destruída e perda de renda.
Mesmo para entregadores de aplicativo, a Justiça pode reconhecer que havia relação de emprego — o que amplia ainda mais os direitos.
Como a atividade é de risco, a empresa pode ser responsabilizada mesmo sem culpa direta.
Além disso, quando há negligência de segurança, falta de equipamentos ou metas abusivas, o valor da indenização pode aumentar.
A vida de um trabalhador não pode ser tratada como estatística.
A família tem direito à verdade, à justiça e a uma reparação digna.
Porque o choque é grande.
Porque o luto pesa.
Porque ninguém quer transformar dor em processo judicial.
Porque existe receio de que a empresa diga que “não tinha vínculo”, ou que a culpa foi do próprio motoboy.
Mas isso não deve impedir a busca por informação.
Além disso, muitas plataformas criam a falsa impressão de que o entregador não tem direitos, o que não é verdade.
A Justiça brasileira tem entendido que:
o risco pertence ao negócio,
o lucro pertence à empresa,
mas o corpo e a vida arriscados pertenciam ao trabalhador.
E isso importa — juridicamente e moralmente.
Aqui estão passos seguros e respeitosos, sem pressão e sem urgência indevida:
RG, CPF, certidão de óbito, contatos da empresa ou plataforma, prints de conversas e qualquer registro do trabalho realizado.
Relatórios, boletim de ocorrência, fotos, testemunhas, notícias ou qualquer documento emitido pelo hospital ou pela polícia.
Isso ajuda a definir direitos previdenciários e indenizatórios.
Algumas empresas tentam minimizar valores.
A família não deve decidir nada durante o luto.
Não assinar nenhum documento entregue pela empresa sem, antes de tudo, falar com advogado.
Não para litigar imediatamente, mas para entender com calma:
quais direitos existem;
qual o valor da indenização justa;
se havia vínculo;
como funciona a pensão;
qual é o procedimento seguro.
Além disso, orientação adequada evita que a família seja enganada ou pressionada.
A perda é irreparável, mas a injustiça não precisa ser eterna.
A família não precisa enfrentar tudo sozinha.
O motoboy que faleceu durante uma entrega deixou mais do que contas: deixou histórias, laços, sonhos e um papel importante dentro da família.
Buscar direitos não é “ganhar dinheiro com a tragédia”.
É garantir dignidade.
É proteger os filhos.
É honrar a memória de quem deu a vida trabalhando.
E isso não se faz com pressa — se faz com respeito, informação e segurança jurídica.
Em caso de dúvidas ou problemas nas relações de trabalho, consulte sempre um advogado trabalhista de sua confiança.

por Agência de Marketing Digital
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