
Uma queda de altura não acontece apenas no corpo.
Ela atinge a rotina, a renda e a tranquilidade de quem trabalha.
Muitos profissionais qualificados vivem esse choque em silêncio.
Estão afastados, com medo do futuro e cheios de dúvidas.
Além disso, surge a angústia mais comum:
“Será que perdi meus direitos?”
Se você sofreu um acidente de trabalho por queda de altura, saiba desde já:
há caminhos jurídicos possíveis, e você não está sozinho.
A legislação considera acidente de trabalho aquele ocorrido durante a atividade ou em razão dela.
No caso da queda de altura, isso inclui situações como:
trabalhos em telhados, andaimes ou escadas;
atividades em lajes, plataformas ou estruturas elevadas;
serviços sem proteção coletiva adequada.
Portanto, não importa apenas a altura da queda.
Importa o risco da atividade e a ausência de proteção eficaz.
Essa é uma dúvida comum.
Muitos trabalhadores acreditam que, por ter sido um “acidente”, nada pode ser feito.
Isso não é verdade.
O empregador tem o dever de:
prevenir riscos;
fornecer EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais - cinto de segurança, cordas, capacetes, etc.) adequados;
fiscalizar o uso correto;
adotar medidas coletivas de segurança.
Quando isso falha, o acidente deixa de ser mero "infortúnio".
A queda de altura raramente é imprevisível. Na maioria das vezes, ela é consequência de falhas na prevenção.
Depois da queda, o pior nem sempre é o impacto inicial.
Para muitos trabalhadores, o sofrimento começa quando a porta do hospital se fecha.
Alguns passam meses — ou anos — presos a gaiolas metálicas, com parafusos atravessando ossos, sustentando o corpo para que ele consiga se recompor.
Outros vivem engessados, com mobilidade reduzida, dependentes para tarefas simples do dia a dia.
Há quem enfrente sessões intermináveis de fisioterapia, com dor, frustração e a incerteza de saber se voltará a trabalhar como antes.
E, quando parece que acabou, surge a notícia de uma nova cirurgia.
Nesse período, a vida entra em suspensão.
A renda diminui.
A autoestima cai.
O silêncio aumenta.
Esse sofrimento não é exagero.
Ele é real, prolongado e profundo.
E o Direito do Trabalho não ignora essa realidade.

“A sequela não precisa ser visível para ser juridicamente relevante; basta que comprometa a capacidade de trabalho ou a dignidade do profissional”.
Rodrigo Fortunato Goulart, advogado trabalhista, é Doutor em Direito e especialista em indenizações por acidente de trabalho
Quando a empresa falha na prevenção e o trabalhador paga com dor física, emocional e perda de autonomia, isso importa juridicamente.
Importa porque dignidade não se mede apenas por laudos. Importa porque a dor também deixa marcas invisíveis.
Se você viveu isso, saiba: sua dor é compreendida, reconhecida e não é invisível aos olhos da Justiça.
Após um acidente de trabalho por queda de altura, o trabalhador pode ter direito a:
estabilidade provisória ou indenização equivalente;
indenização por danos morais;
indenização por danos materiais;
pensão mensal, em casos mais graves (pagamento de salário para o resto da vida, pela empresa);
reconhecimento de doença ocupacional decorrente do trauma;
responsabilidade civil do empregador.
Além disso, mesmo quem pede demissão ou é dispensado pode ter direitos preservados.
Aqui está um ponto sensível.
Muitos profissionais retornam ao trabalho com limitações.
Outros não conseguem mais exercer a mesma função.
Nesses casos, é possível discutir:
redução da capacidade laboral;
necessidade de readaptação;
impacto financeiro futuro.
Na prática, vemos casos como:
trabalhador que caiu de andaime sem guarda-corpo;
supervisor que sofreu queda ao cumprir prazo excessivo;
técnico que não recebeu treinamento adequado;
profissional pressionado a “dar um jeito” na atividade.
Essas situações não são exceção.
Elas se repetem diariamente.
E, muitas vezes, o trabalhador só percebe a gravidade quando já está afastado.
Agir com cautela é essencial.
Algumas provas importantes incluem:
CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho);
prontuários médicos;
fotos do local do acidente;
mensagens e ordens recebidas;
testemunhas que presenciaram a rotina.
Além disso, guarde tudo com calma.
Nada deve ser feito por impulso.
Pouco se fala sobre isso.
Mas existe vergonha, medo e insegurança.
Existe o receio de “dar trabalho” ou “criar problema”.
Essa dor é real.
Muitos trabalhadores chegam ao escritório dizendo: “Eu só queria voltar a trabalhar em paz”.
Reconhecer essa dor também é parte do direito.
Cada caso exige análise individual.
No entanto, quando há:
falha na segurança;
ausência de proteção;
negligência;
ou descumprimento de normas,
o caminho judicial pode ser legítimo.
Portanto, buscar orientação especializada ajuda a evitar erros e frustrações.
A queda de altura muda trajetórias.
Mas ela não apaga direitos.
Informação clara devolve controle ao trabalhador.
E orientação jurídica traz segurança para decisões difíceis.
Se você viveu essa situação, informe-se.
Com calma, com critério e com respeito à sua própria história.
Em caso de dúvidas, procure sempre um advogado trabalhista de sua confiança.

por Agência de Marketing Digital
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