
Quando um trabalhador descobre que a empresa abriu uma sindicância interna contra ele, a sensação é um soco no estômago.
Antes de qualquer explicação, vem o susto.
Depois, a indignação.
💬 “Como isso aconteceu sem que eu sequer fosse ouvido?”
💬 “O que estão dizendo sobre mim?”
💬 “Posso ser demitido por algo que nem sei?”
Essa angústia é real — e muito mais comum do que parece.
Mas existe um ponto essencial: você não está sem proteção.
Muitas empresas utilizam a “sindicância interna” de forma distorcida.
Às vezes, é apenas um ritual para justificar uma decisão já tomada.
Outras vezes, é uma estratégia para construir “provas” contra o trabalhador, sem permitir defesa.
O efeito é devastador.
A pessoa continua trabalhando, enquanto reuniões secretas acontecem ao redor dela, analisando sua conduta, suas falas e, em alguns casos, sua reputação.
🎗️ A empresa pode até tentar justificar, mas a verdade é simples: ninguém merece ser investigado sem saber.
“Nenhum processo interno pode ignorar o direito de defesa; quando isso ocorre, a sindicância perde legitimidade e abre espaço para responsabilidade da empresa.”
Rodrigo Fortunato Goulart, advogado trabalhista e doutor em direito - PUCPR
Infelizmente, isso ocorre porque:
a empresa teme confronto;
quer construir um histórico negativo;
tenta justificar uma futura demissão;
busca proteger a imagem do verdadeiro responsável;
ou simplesmente prefere procedimentos sigilosos, mesmo quando isso prejudica o investigado.
Além disso, há casos em que a sindicância começa a partir de fofocas internas, conflitos pessoais ou disputa de espaço.
Ou seja, nada técnico. Nada imparcial. Nada justo.
O trabalhador vira alvo sem ter chance de apresentar a própria versão.
A CLT não usa a expressão “sindicância interna”, mas a prática é aceita desde que respeite princípios fundamentais, como:
direito ao contraditório;
direito de defesa;
acesso às informações;
igualdade de tratamento;
boa-fé;
transparência mínima.
Quando a empresa ignora esses pilares, o processo vira um ato unilateral, inválido e abusivo.
Além disso, decisões judiciais apontam que documentos produzidos sem ciência do trabalhador possuem valor probatório reduzido, pois reforçam a parcialidade e a falta de imparcialidade da apuração.
Muitos trabalhadores só percebem depois que o dano já está feito.
Alguns indícios comuns:
mudança repentina no comportamento do gestor;
reuniões fechadas envolvendo seu nome;
pedidos incomuns de relatórios;
tratativas de RH sem explicação;
clima de tensão injustificado;
comentários indiretos sobre seu desempenho;
propostas de “acordo” surgindo do nada.
Além disso, há situações em que o trabalhador percebe que colegas foram chamados para “conversas reservadas” - e nunca foi informado do motivo.
Logo, não é exagero sentir medo, raiva ou insegurança.
A situação é injusta por natureza.
Você tem direitos muito claros. Entre eles:
Ninguém pode ser julgado às cegas.
Você pode exigir acesso aos documentos, depoimentos e conclusões da apuração.
A sindicância é inválida quando ignora a defesa do investigado.
A empresa não pode usar a sindicância como desculpa para:
rebaixar;
isolar;
humilhar;
cortar benefícios;
sobrecarregar;
calar o trabalhador.
Se houver abuso, o Judiciário pode reconhecer:
dano moral;
rescisão indireta;
nulidade de advertências;
nulidade de punições;
reintegração (em casos específicos).
Uma investigação secreta pode se transformar em um instrumento de desgaste emocional.
Isso ocorre quando:
é iniciada sem fundamento;
a empresa manipula informações;
o trabalhador é exposto;
o processo vira uma “caça às bruxas”;
o objetivo é forçar pedido de demissão.
Além disso, muitos profissionais desenvolvem ansiedade, insônia e medo de entrar no ambiente de trabalho.
E tudo isso pode ser levado à Justiça.
Mantenha calma. Evite impulsos.
E-mails, prints, conversas e registros ajudam a entender o contexto.
Isso revela se a sindicância teve objetivo punitivo.
O advogado irá:
exigir documentos;
avaliar ilegalidades;
identificar abusos;
montar estratégia de proteção;
verificar possibilidade de ação judicial.
Além disso, apenas um especialista garantirá que você não seja prejudicado por um processo unilateral e injusto.
Você não está sozinho.
Você não está exagerando.
E você não precisa aceitar uma sindicância realizada nas sombras.
Justiça não combina com escuridão.
E o primeiro passo é se informar - com segurança, silêncio e estratégia.
Em caso de dúvidas ou problemas nas relações de trabalho, consulte sempre um advogado trabalhista de sua confiança.

por Agência de Marketing Digital
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