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Gerente pode ter direito a horas extras?

30 de março de 2024

Gerentes e Cargos de Confiança: Você Tem Direito a Horas Extras?

Você está se dedicando além do horário e sente que merece reconhecimento? Você não está sozinho. Muitos gestores e profissionais com cargos de confiança enfrentam essa incerteza. No entanto, há caminhos jurídicos claros para recuperar o que é seu por direito. Segundo o advogado trabalhista Rodrigo Fortunato Goulart, “você não precisa aceitar passivamente uma compensação financeira inferior ao que realmente deveria receber”. Portanto, neste artigo, você entenderá melhor seu direito a horas extras.

O que é um cargo de confiança?

Cargos de confiança envolvem autonomia e decisões estratégicas. Assim, o empregador presume que a remuneração já inclui eventual jornada extra. Ou seja, esses profissionais costumam ter salários mais elevados e poder decisório sobre equipes ou projetos.

Por que gerentes normalmente não têm horas extras

Conforme a CLT, gerentes e cargos de confiança recebem salário que pressupõe compensação das horas extras. Logo, não têm direito automático ao adicional. Além disso, a lei entende que já exercem funções estratégicas e com liberdade para gerir tempo e tarefas.

Quando o direito a horas extras pode se aplicar

No entanto, há exceções. Por outro lado, se você:

  • Trabalha sob rigidez de horários e controle de ponto;
  • Não exerce autonomia real nas decisões;
  • Não é remunerado proporcionalmente ao tempo extra;

...você pode ter direito a reclamar horas extras.

Exemplo prático:
Um gerente de loja que precisa seguir horário fixo, registrar ponto, e não tem liberdade para decisões de estoque ou pessoal, pode sim reaver horas extras.

Veja decisão da Justiça do Trabalho sobre o tema

HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. DESCARACTERIZAÇÃO. ART . 62, II, DA CLT. Para a caracterização do cargo de confiança, capaz de elidir a condenação ao pagamento de horas extras, é necessário que o empregado atue como representante do empregador, detendo poderes de mando com liberdade de decisão, figurando como alter ego daquele, nos termos do disposto no art. 62, II, da CLT. (TRT-3 - RO: 0010007-86 .2020.5.03.0181, Rel. Danilo Siqueira de C .Faria, DJ: 13/05/2021, - destaques nossos).

Rodrigo Fortunato Goulart, advogado trabalhista especialista em cargo de confiança

Como identificar se você tem direito

  1. Documente sua jornada

Registre horários de entrada e saída, inclusive plantões. Use comprovantes, agenda ou apps.

  1. Avalie sua função

Tenha claro se você decide sobre equipe, orçamento ou horários. Ou se recebe instruções rígidas.

  1. Compare sua remuneração

Analise se o salário reflete a autonomia que se espera de um cargo de confiança.

  1. Procure suporte jurídico

Um advogado trabalhista pode analisar suas provas, calcular valores e orientar sobre reclamação ou ação trabalhista.

Direitos frequentemente ignorados

  • Reflexos nos benefícios, como férias, 13º e FGTS.
  • Intervalos não concedidos, por exemplo, sem pausa de almoço.
  • Horas de sobreaviso e deslocamentos não remunerados.

Muitas vezes, essas situações aparecem em cargos administrativos ou executivos. Assim, serviços podem estar sendo usados sem o devido pagamento.

Dica para reunir provas eficazes

Use tudo que tiver ao alcance: mensagens e e-mails com horários, registros em apps, ponte de colaboradores, planilhas de controle e até fotos do ambiente de trabalho em horários específicos. Além disso, converse com colegas que vivenciam situações parecidas. Isso pode fortalecer ainda mais seu caso.

Benefícios de agir com segurança jurídica

Entrar com uma ação bem fundamentada oferece:

  • Responsabilidade e clareza jurídica desde o início;
  • Cálculo preciso de valores devidos;
  • Gestão segura do processo;
  • Confiança e firmeza durante eventuais negociações.

Assim, você evita prejuízos e reforça sua posição profissional.

Conclusão

Se você ocupa cargo de gerência ou confiança, mas atua como um empregado comum — com horários rígidos e pouca autonomia —, é possível que você tenha direito em receber como extras todas as horas além da 6a diária e 30a semanal, férias, 13º, FGTS e outros reflexos. Além disso, ações baseadas em provas sólidas e apoio jurídico especializado podem aumentar muito suas chances de sucesso. Logo, não enfrente isso sozinho. Procure um advogado trabalhista para analisar sua jornada e garantir que seus direitos sejam respeitados.

Veja mais:

Como abrir um processo na Justiça do Trabalho?

Quanto um advogado trabalhista cobra por um processo?

Quanto tempo demora uma causa na Justiça do Trabalho?

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FAQ

PERGUNTAS
FREQUENTES

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Se você foi mandado embora sem justa causa, tem direito a receber: salário dos dias trabalhados, aviso prévio (se não foi cumprido), férias proporcionais + 1/3, 13º salário proporcional, multa de 40% sobre o FGTS, além de poder sacar o FGTS e, se tiver direito, pedir o seguro-desemprego. Dependendo do seu caso, pode haver outros direitos.
O salário e o FGTS devem ser pagos na data certa. Se houver atrasos constantes, isso pode ser motivo para encerrar o contrato de trabalho por culpa do patrão (rescisão indireta). Além disso, o trabalhador pode receber juros e correções pelos dias de atraso e até uma indenização por danos morais, se for o caso.
Sim. Mesmo sem registro na carteira, você pode ter direito a todos os benefícios de um trabalhador com carteira assinada, como FGTS, férias, 13º salário, INSS e outros. Se o patrão não reconhece isso, é possível entrar na Justiça e apresentar provas para garantir seus direitos.
Se você sofreu um acidente de trabalho, pode ter direito a afastamento com pagamento do INSS, estabilidade no emprego depois que voltar ao trabalho e até indenização, dependendo do caso. Se o acidente deixou sequelas, pode haver direito à aposentadoria por invalidez, pensão vitalícia (paga pela empresa) ou outros benefícios.
As horas extras só podem ser exigidas dentro da lei. Se você trabalha além do horário normal, tem direito a receber um valor maior por cada hora extra (pelo menos 50% a mais do que a hora normal). Algumas categorias podem ter regras diferentes em acordo ou convenção coletiva.
Não. O patrão não pode mudar seu contrato de trabalho para piorar suas condições sem seu consentimento. Se isso acontecer e te prejudicar, você pode ter o direito de pedir a rescisão indireta do contrato e receber todas as verbas como se tivesse sido demitido sem justa causa.
A lei garante estabilidade para mulheres grávidas desde o início da gestação até cinco meses depois do parto. Se for demitida nesse período, pode pedir para ser reintegrada ao trabalho ou receber uma indenização.
Se o patrão manda um funcionário abrir uma empresa (CNPJ ou MEI) só para continuar trabalhando do mesmo jeito que antes, isso pode ser uma fraude chamada “pejotização”. Se houver subordinação, horário fixo e obrigações como as de um empregado, pode ser possível pedir na Justiça o reconhecimento do vínculo empregatício e receber todos os direitos previsto em lei.
Sempre que tiver dúvidas ou problemas no seu trabalho, como salário atrasado, demissão injusta, assédio, não pagamento de direitos, trabalho sem carteira assinada, entre outros. Um advogado pode orientar sobre o que fazer e se vale a pena entrar na Justiça.
Na consulta, o advogado analisa o seu caso, verifica documentos, esclarece dúvidas e explica quais são os possíveis caminhos para resolver o problema. Dependendo da situação, pode ser feito um acordo com a empresa ou, se necessário, uma ação na Justiça.
O valor depende do caso e do advogado. Cada profissional tem liberdade para estabelecer o preço dos seus serviços. Profissionais experientes podem cobrar um valor fixo pela consulta ou pelo processo, enquanto outros podem trabalhar com um percentual do valor que o cliente receber no final da ação (honorários em caso de vitória). Tudo deve ser combinado antes, de forma transparente.
O tempo pode variar bastante. Se houver um acordo, pode ser resolvido rapidamente. Mas, se precisar de uma decisão da Justiça, pode levar meses ou até anos, dependendo do caso e dos recursos.
Depende. Depois da Reforma Trabalhista, quem perde a ação pode ser condenado a pagar honorários ao advogado da outra parte, mas há exceções. Também pode haver custos do processo, dependendo do contrato feito com seu advogado. Por isso, é importante entender tudo antes de entrar com a ação.
Os documentos mais importantes são: carteira de trabalho física ou digital, holerites (contracheques), contrato de trabalho, comprovantes de pagamento, extrato do FGTS, carta de demissão e qualquer outro que mostre como era a relação de trabalho. Se não tiver todos, o advogado pode te orientar sobre como reunir provas.

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